A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou à “participação democrática” dos portugueses nas eleições legislativas de 30 de janeiro e exortou os partidos a apresentarem “com clareza as suas propostas quanto aos grandes problemas da sociedade”.
Em nota, divulgada após a reunião de terça-feira do seu Conselho Permanente, a CEP identifica, nomeadamente as questões que respeitam “à vida humana e sua salvaguarda integral, às situações de pobreza e coesão económica, às questões da justiça, à desertificação do interior do país, à situação dos imigrantes e aos problemas ambientais” como as áreas em que deseja ver os partidos políticos a esclarecerem os eleitores.
Na reunião do Conselho Permanente, realizada por via digital devido à pandemia, foi deixado também um apelo à “vacinação para todos os cidadãos contra a covid-19 e ao cuidado reforçado em relação às medidas de proteção nos espaços litúrgicos, tais como o distanciamento previsto nas normas, a higienização e o uso de máscara”.
Outra questão abordada pelos bispos católicos foi a apresentação, ocorrida na segunda-feira, da Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais na Igreja Católica Portuguesa, com os prelados a congratularem-se “com os passos iniciais até agora empreendidos”.
Segundo a nota divulgada, “está previsto para breve um encontro das comissões diocesanas para a proteção de menores, para acertar procedimentos comuns do seu trabalho e proceder à constituição de um grupo coordenador a nível nacional”.
A CEP espera ter constituído antes da Assembleia Plenária da CEP de abril este grupo coordenador nacional das comissões diocesanas de proteção de menores e adultos vulneráveis.
A constituição deste grupo, que foi anunciado no mês de outubro de 2021, não tem nada a ver com a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, e visa definir critérios e procedimentos comuns às 21 comissões diocesanas, bem como prestar-lhes apoio, nomeadamente na gestão da informação.
Os bispos aproveitaram ainda a reunião do dia 11 para apreciarem dois documentos que irão a aprovação na próxima Assembleia Plenária: “Ministérios laicais para uma Igreja ministerial” e “Itinerário de Iniciação à Vida Cristã com as Famílias, com as Crianças e com os Adolescentes”. O episcopado está, entretanto, a preparar uma Nota Pastoral para apresentar a nova edição do Missal Romano, que entra em vigor na próxima Quinta-feira Santa, dia 14 de abril.
Na nota sobre o Conselho Permanente é também revelado que as próximas Jornadas Pastorais do Episcopado, a realizar de 20 a 22 de junho, vão abordar o tema da Sinodalidade.
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa é atualmente constituído por José Ornelas, bispo de Setúbal (presidente da CEP), Virgílio Antunes (vice-presidente), bispo de Coimbra, padre Manuel Barbosa (secretário) e os vogais Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Linda, bispo do Porto, José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, António Marto, bispo de Leiria-Fátima e Francisco Senra Coelho, arcebispo de Évora.