O bispo da diocese de Bragança–Miranda, José Cordeiro, defendeu hoje que o futuro mosteiro trapista que está a ser erguido em Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, vai contribuir para a coesão territorial do Nordeste Transmontano.
"Temos já muitos pedidos de pessoas de Portugal e de Espanha para vir conhecer o mosteiro e acredito que existem muitos jovens a inquietar-se para perguntar pela vida monástica", disse José Cordeiro, no âmbito de uma visita às obras da Casa de Acolhimento do mosteiro trapista.
O bispo assegura que a conclusão da Casa de Acolhimento e do mosteiro vão contribuir para o desenvolver o turismo religioso nesta diocese do Nordeste Transmontano, "já que as visitas ao local começam a ser frequentes".
As obras da Casa de Acolhimento do mosteiro entraram na sua reta final e em Palaçoulo já se encontram as primeira duas de 10 religiosas da ordem Cisterciense da Estrita Observância que vão permanecer "em clausura" naquele complexo religioso.
"Após 375 anos da extinção do Mosteiro de Castro de Avelãs, no concelho de Bragança, ergue-se um novo mosteiro feminino em Palaçoulo que é sinal de coragem, de confiança e pode ser um sinal de esperança para a região", indicou o bispo.
Segundo José Cordeiro, o mosteiro, ao ser construído em tempos de pandemia, pode ser encarado como uma resposta a tempos difíceis, "porque quem aqui vier vai sentir uma paz no seu coração".
Esta ordem religiosa [ligada ao Mosteiro de Vitorchiano, em Itália] vem para Portugal "e está vocacionada para a vida contemplativa", trazendo ao Nordeste Transmontano "uma mensagem de paz para todos aqueles que aqui se deslocarem, o que obriga as pessoas a virem cá em busca do silêncio, da fé e da contemplação", referiu o bispo, em junho de 2019.
A Casa de Acolhimento é a primeira fase do futuro mosteiro que as monjas vão habitar, cujas obras estão previstas para o primeiro semestre de 2021.
"Nós vamos ficar aqui para sempre. Ainda não existe uma data marcada para a chegada das outras oito monjas que vão habitar nesta comunidade devido à pandemia, o que não permite fixar uma data para essa chegada", vincou a superiora, irmã Josefina.
Por seu lado, o padre António Pires, procurador das monjas italiana em Portugal, disse que a vida monástica no país é praticamente inexistente, prevendo que todo o complexo religioso incluído o mosteiro, esteja concluído em 2023.
O complexo religioso, que terá capacidade para 40 monjas e será "orientado para a contemplação e culto divino dentro do recinto e segundo a regra de São Bento", sendo o custo suportado integralmente pela Ordem formalmente designada Cisterciense da Estrita Observância e custará seis milhões de euros.
Numa primeira fase, ou seja, até novembro, 10 monjas vão ocupar o espaço religioso já que, segundo as regras desta comunidade monástica, não se pode construir uma ordem com menos de 10 religiosas.
O empreendimento religioso está orçado em seis milhões de euros e vai ocupar uma área de 30 hectares de terrenos que foram cedidos, permutados ou comprados pela Paróquia de S. Miguel de Palaçoulo e situados no lugar de Alacão, a cerca de três a quatro quilómetros da aldeia de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro.
FOTOGRAFIA (de arquivo): BMF