Na sequência de uma reportagem televisiva, transmitida em canal aberto a 6 de outubro, que dava conta da contratação, por parte da Câmara Municipal de Mirandela, de uma engenheira ambiental quando esta estava presa, a autarca local veio, agora, dar conta que ordenou a abertura de um inquérito interno com o intuito de esclarecer eventuais responsabilidades.
De lembrar que Sandra Pinto, de 44 anos de idade, na altura detida, ganhou o concurso público para os quadros, esteve nove meses sem quaisquer funções atribuídas, mas considerada “a trabalhar”, tendo sido uma das visadas da operação “Semente em Pó”, juntamente com marido Jorge Figueiredo que, entretanto, viria a falecer em maio, enquanto aguardava julgamento, no Estabelecimento Prisional de Bragança, para além de mais três indivíduos.
Colocada em causa a contratação desta trabalhadora, Júlia Rodrigues, “assente no objetivo de apurar com rigor todos os factos exibidos”, informa que o inquérito será levado a cabo através de um auditor externo, garantindo que o município a que preside “atuou sempre de acordo com pareceres jurídicos, procurando cumprir rigorosamente as normas legais, ao contrário das insinuações injuriosas da referida reportagem”.
A edil mirandelense assevera que todas “as questões jurídicas levantadas à celebração de um contrato com uma funcionária desta autarquia, resultante de uma retoma de um procedimento concursal, iniciado em 2009, serão alvo deste inquérito acima noticiado por forma a esclarecer o assunto de forma transparente e eficaz”.
A respeito da operação “Semente em Pó”, coordenada pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Mirandela e onde se viu envolvida a contratada em questão, recorde-se que tinha como alvo uma rede com epicentro em Mirandela que se dedicava ao tráfico de estupefacientes e que atuava em vários concelhos da região Norte.
Chegado ao fim o julgamento, à técnica superior da câmara de Mirandela foi aplicada uma pena de três anos e seis meses, suspensa na sua execução.
Vítor Soares, mais conhecido por "Vitó", marido da ex-concorrente do Big Brother Sónia Jesus, foi o único a quem foi aplicada pena de prisão efectiva, de três anos, tendo sido condenado pelo crime de tráfico de droga. Contudo, o Tribunal de Bragança decidiu que o arguido iria cumprir a pena em prisão domiciliária com recurso a vigilância eletrónica.