Constituição do grupo:
Ivete Soares – vocalista
Ricardo Costa – guitarrista
Ricardo Mendes – percussionista
Bruno Serra – baixista
Rúben Santos – acordeonista
ENTREVISTA:
Kapital do NordestE (KNE) – Como é que surgiu este projeto e quando?
Yvette Band (YB): Os Yvette band surgiram no âmbito académico em 2012. Numa noite, entre amigos, o Bruno estava a tocar um fado na guitarra e a Ivete surge, nesse momento, a acompanhá-lo. Após uma troca de contactos, eis que acontece o primeiro ensaio de experimentação, onde se conheceram aqueles que seriam os restantes futuros elementos da banda. Sem nos apercebermos, naquela tarde, fizemos cinco versões e foi aí que tivemos a certeza que estávamos no bom caminho para fazer o nosso primeiro concerto que, curiosamente, já estava agendado assim que o Bruno conseguisse formar uma banda. A partir desse primeiro concerto ao vivo, felizmente, nunca mais parámos.
KNE – Qual a origem do nome da banda? Isto é, o porquê de Yvette Band?
YB: No início, não existia uma grande necessidade e importância em identificar a banda. Tanto assim que estivemos uns meses em que a publicidade aos nossos concertos se baseava no seguinte tipo de apresentação: "Uma noite com Yvette Soares e o resto do nome dos elementos”. Com o tempo, começámos a reparar que a postura da Ivete em palco era muito característica, acabando por dar o verdadeiro ser à banda. Então, chegámos a um acordo em que o próprio nome dela seria o ideal para representar o que realmente somos, ficando "Yvette band".
Yvette Band: um som “folk rock tradicional energético e dançante”
KNE – Como é que definiriam o vosso estilo de música?
YB: A banda, ao longo destes oito anos, sofreu bastantes mudanças no que toca ao seu estilo musical. Ao formarmos a banda, cada um trouxe consigo diferentes influências e, depois, a junção do acordeão obrigou-nos a redefinir o nosso estilo. Hoje, já com a gravação dos nossos originais, consideramos o nosso estilo sonoro como folk rock tradicional energético e dançante.
KNE - Quais é que consideram ser as vossas influências mais marcantes?
YB: Como referimos, anteriormente, cada um carrega consigo influências diferentes tão distintas como o fado, metal, balkan e, ainda hoje, continuamos a ser influenciados por músicos que vamos tendo o privilégio de conhecer como foi o caso, por exemplo, do eterno autor do tema "Não há nada para ninguém". Mário Mata deu-nos a honra, permissão e o atrevimento para que entrássemos no seu mundo de intervenção e de sátiras políticas. De certa forma, as suas histórias e composições ajudaram-nos a criar ideias para futuros temas originais. Contudo, há uma banda que temos como integra referência, os “Oquestrada”.
KNE - Contem-nos um pouco do vosso percurso ao longo dos vossos oito anos de existência?
YB: Bem, se vamos falar do nosso percurso não haveriam páginas suficientes para tal. Temos uma bagagem com muitas histórias, muitas gentes, muitas experiências que nunca nos poderão tirar do coração e pensamento. Apenas podemos afirmar que foi um percurso coerente e fiel aos nossos princípios.
Apesar de novos, gostamos de pensar nas coisas à maneira antiga. Fizemos vários quilômetros em Portugal para nos darmos a conhecer a diferentes públicos, agora chegou o momento de dar o próximo passo, estamos a trabalhar cada vez mais para isso acontecer.
Concertos imprevisíveis e um repertório energético são caraterísticas que definem a Yvette Band e que não deixam ninguém indiferente
KNE – Como é que descreveriam um concerto dos Yvette Band? Tocam só originais ou uma mistura de covers com músicas vossas?
YB: Quando estamos em palco não conseguimos ter uma perceção real do que estamos a fazer, vamos reagindo mediante as emoções e reações libertadas pelo público que nos vê, por isso, pode-se dizer que os nossos concertos são imprevisíveis, mas uma coisa que podemos garantir é que temos um repertório energético quanto baste.
Quanto à seleção musical, vamos ajustando a escolha dos temas mediante o tipo de concerto e palco que nos propõem. Já houve situações em que tocámos apenas originais e, outras vezes, misturámos originais e versões. Pessoalmente, não simpatizamos muito com a palavra "cover", mas sim com a palavra "versão", pois nós desmistificamos a música original e adaptamo-la para a nossa sonoridade.
O objetivo, futuramente, é tocar os nossos temas originais e, eventualmente, tocar algumas das versões mais conhecidas que temos. Mas vamos sempre trabalhar a linha de espetáculo mediante o local de atuação.
“Pertencemos a um nicho de artistas que vive das emoções que só são transmitidas ao vivo. Por isso, precisamos de um público fiel e verdadeiro.”
KNE – Quais são as vossas ambições, enquanto banda?
YB: Somos cinco elementos e como tal estão aqui presentes cinco personalidades, vontades, objetivos e ambições diferentes, mas há algo que todos temos em comum, queremos atuar ao vivo. Pertencemos a um nicho de artistas que vive das emoções que só são transmitidas ao vivo. Por isso, precisamos de um público fiel e verdadeiro. Temos, também, a ambição de atuar além-fronteiras. Achamos que com a nossa sonoridade temos a capacidade de atuar pelo mundo inteiro e temos já algum público estrangeiro que gosta da nossa energia e das nossas músicas.
KNE – Como é que analisais o panorama musical português, enquanto banda do interior norte do país que luta pelo reconhecimento nacional e além-fronteiras?
YB: Resumidamente, achamos que se todos os artistas e bandas tiverem o seu público, estão no seu pleno direito de trabalhar nesta área. Sabemos da dificuldade de "entrar” nos diferentes setores desta atividade como, também, sabemos das influências existentes no mercado e estamos conscientes que, geograficamente, não estamos numa posição favorável. Daí trabalharmos arduamente para que, com o apoio de todos os transmontanos, consigamos alcançar algo bom para nós e para a região.
Yvette Band vive das emoções de subir ao palco e atuar ao vivo
KNE – E o surgimento das redes sociais que veio dar acesso imediato a todo o tipo de música via internet, em detrimento dos suportes físicos como o cd e o vinil, na vossa opinião, enquanto artistas, ajuda ou dificulta o trabalho de quem quer singrar no mundo da música?
YB: No nosso caso, o surgimento das redes sociais, bem como de outros meios de divulgação do nosso trabalho, veio beneficiar o projeto. Temos que nos adaptar ao mundo de hoje. Apesar de tudo, um cd é sempre como um filho, sendo, também, uma prova real e fiel que se tem por parte do público que realmente aprecia o que fazemos. Mas, sem dúvida, que, hoje em dia, existem muitas plataformas para a promoção de artes.
KNE – Todos os elementos da banda dedicam-se, única e exclusivamente, à musica ou tendes outras profissões? Como é que conciliais ambas?
YB: Não, não temos outro tipo de profissão. Dedicamo-nos, inteiramente, a este projeto, apesar de que, alguns dos nossos elementos dão aulas do seu respetivo instrumento ou aceitam trabalhos pequenos, sem que isso comprometa a agenda da banda.
Houve muita ponderação, abdicação e, essencialmente, muito trabalho para que este nosso projeto continuasse a ganhar vida.
“…um cd é sempre como um filho,…”
KNE – E quanto a projetos futuros? Havia o lançamento do EP a 12 de abril que não chegou a acontecer, penso que devido à pandemia, para quando está prevista a sua saída?
YB: Sim, era para ter saído a 12 de abril. Mas como tudo ficou em suspenso devido ao Covid-19, sairá agora em junho, muito brevemente… Já delineámos, inclusive, algumas estratégicas que envolvem a promoção do EP, mas quanto a isso será sempre tudo exposto nas nossas páginas oficiais.
KNE – Só para terminar, como é que surgiu o intrigante tema “Praça da Sé”?
YB: "Praça da Sé" é o segundo single da banda, tendo sido lançado, propositadamente, no dia dos namorados. Este tema fala-nos de um encontro romântico que nunca aconteceu baseado numa história verídica. Como devem calcular, este encontro imaginário teve como ponto de encontro a Praça da Sé, uma das praças mais emblemáticas de Bragança. Foi desta maneira que também quisemos homenagear num videoclipe a cidade que nos viu nascer como artistas integrantes deste projeto.
A letra foi escrita por Simão Reis e apesar do cerne da mensagem ser triste, ao compormos a música achou-se interessante construir ritmos e melodias alegres, quase de paródia e o videoclipe é o reflexo disso mesmo. O feedback não poderia ter sido melhor e foi uma forma de nos fazermos chegar a quem ainda não nos conhece e deliciar quem já é nosso seguidor.
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