O apoio do Gabinete de Empreendedorismo do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) começou a fixar estudantes estrangeiros em Bragança com duas empresas de alunos internacionais entre as quase 50 criadas numa década.
As duas últimas empresas desenvolvidas nesta incubadora foram criadas uma por alunos cabo-verdianos, na área da animação turística e alojamento a pensar nos estudantes que chegam de Cabo Verde, e outra por alunos brasileiros virada para a publicidade e marketing.
São empresas promovidas por "gente que não é da região e que se fixou em Bragança, abriu o negócio e está na cidade", sublinha o responsável pelo Gabinete de Empreendedorismo do IPB.
Este gabinete foi criado em 2009 e “se tudo correr bem, até fevereiro de 2020” contabilizará um total de 50 empresas criadas com cerca de 160 postos de trabalho e investimentos de três milhões de euros, contabiliza Jorge Humberto.
A taxa de sobrevivência das empresas é de 70 por cento (%), um resultado para o qual contribui o apoio dado pela incubadora com suporte que ajuda a evitar “que as empresas cometam erros e tomem decisões irrefletidas”.
O IPB conta com oito mil estudantes, sendo que mais de dois mil são estrangeiros, de 70 nacionalidades. Entre os alunos de mobilidade, a instituição tem conseguido reter com sucesso na região, depois dos estudos, “entre 10% a 15%”, segundo dados relativos a 2016, os últimos disponíveis na instituição.
Fixar gente é, então, um dos propósitos do Politécnico e do Gabinete de Empreendedorismo numa região despovoada com “um cenário catastrófico” em termos demográficos, descreve o responsável.
“Não nos falta rigorosamente nada para além de pessoas. A verdadeira crise que eu entendo na nossa região é demográfica porque não é possível dinamizar a economia quando tempos uma população de 110 mil habitantes território da CIM (Terras de Trás-os-Montes) e um terço tem mais de 65 anos”, conclui.
FOTOGRAFIA: Fernando Pimparel