O Benfica assegurou ontem, dia 18 de maio, o seu 37º título de campeão português de futebol, ao golear, no Estádio da Luz, o Santa Clara por 4 a 1. Na 34ª e última jornada, a equipa de Bruno Lage terminou a Liga NOS com 87 pontos, mais dois do que o seu rival direto, o FC Porto.
A formação liderada por Lage conseguiu, ainda, com 103 golos no campeonato igualar o máximo de número de golos numa só época, feito alcançada na época de 1963/1964.
Depois de ter estado a sete pontos do primeiro lugar, uma segunda volta com apenas um empate, frente ao Belenenses SAD em casa, permitiu ao Benfica erguer o troféu dois anos depois da sua última conquista.
Em Portugal, a cor vermelha pintou a grande maioria dos cenários de qualquer cidade de norte a sul do país. E Bragança não foi exceção. Na Capital de Distrito, centenas de benfiquistas saíram à rua para comemorar o 37º título e para que tudo pudesse decorrer dentro da normalidade possível, a Polícia de Segurança Pública decidiu mesmo encerrar a Avenida Sá Carneiro, que trespassa a cidade de Bragança quase de uma ponta à outra. No entanto, só numa secção da avenida é que o trânsito foi cortado, onde, normalmente, as pessoas se reúnem em caso de celebração. Mas a festa, essa, não se restringiu à Sá Carneiro, já que a Kapital do NordestE (KNE) verificou pequenos focos de celebração encarnada um pouco por toda a cidade e até quase de madrugada.
A KNE pediu a alguns transmontos que, em comum, têm a devoção, o sentimento e a paixão pelo clube da Luz, que partilhassem com os “nossos” leitores o que lhes vai na mente e, sobretudo, no coração, um dia depois do seu Benfica ter conquistado o tão ansiado troféu de Campeão.
FERNANDO PIMPAREL
“Acho que o Benfica é um justo vencedor, apesar de um início de época mau, onde a maior parte dos adeptos deixou de acreditar neste título devido aos 7 pontos de atraso. Mas com a entrada do Bruno Lage tudo mudou, ele conseguiu trazer uma alma nova ao grupo, fez uns ajustes na equipa com a entrada de Samaris e apostou nos miúdos da formação do Benfica.
A partir daí, a equipa passou a ter uma nova dinâmica e a jogar um futebol mais alegre e a fazer muitos golos. Penso que o Benfica foi um justíssimo vencedor pelo campeonato que fez.
E queria deixar uma referência ao nosso brigantino Pizzi que fez um campeonato extraordinário e foi enorme durante toda a época.”
NÉLIO PIMENTEL
“Naturalmente que, depois de uma conquista destas, temos de ficar felizes. Em janeiro, não haveria nenhum benfiquista com esperança na conquista do campeonato.
Contudo, esta vitória não cai do céu, houve um enorme trabalho de recuperação da nova equipa técnica e dos jogadores, mas, indubitavelmente, a quebra do nosso adversário foi essencial para conseguirmos este campeonato. Tinham 7 pontos de vantagem e ganhamos com a diferença de dois. A vitória é nossa, mas eles deram uma enorme ajuda. E mais bonito se torna porque dentro de campo, no confronto direto, fomos superiores ao adversário. Indiscutivelmente.”
PAULO FERRO
“É uma alegria imensa comemorar este titulo e tem um gosto deveras especial.
Primeiro porque uma mudança de técnica e tática a meio da época poderia ter-se revelado uma catástrofe, mas acabaria por tornar-se numa verdadeira epopeia. Depois, tivemos a felicidade dos adversários não terem pedalada suficiente e os nossos jogadores terem sido liderados com objetivos bem fixados.
Segundo, porque se viu a aposta na prata da casa que trouxe resultados bem expressivos. Sempre acreditei que, independentemente dos golos sofridos, há uma máxima que acredito: só ganha quem marca mais golos.
Terceiro, sinto-me bem por um dos orquestrantes desta vitória do campeonato ter sido alguém tão próximo, um conterrâneo, um atleta exímio, o Comandante do ataque Benfiquista. Pizzi merece uma vénia de reconhecimento e orgulho, especialmente dos transmontanos. Num ano, sentimos tudo meio perdido, mas a raça, a força e o crer não nos deixou desistir de apoiar a nossa equipa.”
