O Agrupamento de Escolas Miguel Torga de Bragança encontra-se, atualmente, focado no desenvolvimento do projeto “Eu sou igual”, que visa trabalhar, em contexto de sala de aula, do pré-escolar ao 12º ano, a problemática da inclusão.
O arranque desta iniciativa, que teve lugar ontem, dia 9 de outubro, às 14h30, na escola sede do agrupamento, contou com uma das convidadas mais prestigiadas do panorama nacional, no domínio da diferença e da compreensão que mesmo as pessoas consideradas “deficientes” podem atingir o sucesso em todos os patamares. Tratou-se, nem mais, nem menos, do que a própria secretária de Estado da Inclusão que, à semelhança do que acontecerá com os restantes oradores, foi desafiada a “partilhar o seu caminho de aceitação da diferença” com os discentes.
Recorde-se que Ana Sofia Antunes presidiu, entre 2013 e 2015, à direção nacional da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, mais conhecida por ACAPO, tendo tido um percurso nada fácil, desafiante até, que os alunos, ontem, tiveram a oportunidade de considerar inspirador, já que, ao ter decidido assumir a pasta da Inclusão das Pessoas com Deficiência, tornou-se a primeira governante deficiente invisual em Portugal.
“O objetivo é facilitar aos alunos o contacto com abordagens pessoais de proveniências diversas. Nesse sentido, diversas pessoas da sociedade vão ser convidadas a falar na primeira pessoa e a partilhar a sua experiência com os alunos, enquanto “alguém” que é visto como “diferente””, começa por revelar um dos docentes envolvidos no projeto, José Domingues, que sublinha a importância desta iniciativa ser, potencialmente, “catalisadora de parcerias entre a escola e as estruturas locais/nacionais", para além de "reforçar e articular as diferentes áreas do saber”.
Nas palavras do responsável, estas parcerias necessitam de “começar na própria escola”, “num trabalho colaborativo de cidadania”, mas não devem ficar por aí. Ou seja, o projeto “Eu sou igual” carece do envolvimento de outras disciplinas, da Associação de Estudantes e da Associação de Pais e Encarregados de Educação, mas também de outras entidades fora da comunidade escolar. Entre as já confirmadas, destaque para as parcerias com a Polícia de Segurança Pública, a Escola Superior de Educação, a União de Freguesias da Sé Santa Maria e Meixedo e o Centro Distrital da Segurança Social de Bragança.
Já os alunos, elucida José Domingues, são “envolvidos na preparação do tema para o convidado a receber, na conversa com o convidado e, depois disso, vão ter de realizar trabalhos”.
De referir que este desígnio do Agrupamento de Escolas Miguel Torga surge no âmbito do Plano Nacional das Artes - Projeto Cultural de Escola - Arte(S) de Crescer, no seio do estabelecimento de ensino que, há pouco mais de um ano, obteve uma média final de 13,25 valores, conseguindo, assim, posicionar-se no Ranking de Escolas como o mais bem colocado a nível distrital e em 12º lugar, a nível nacional, no que diz respeito ao ensino público.