É já este domingo, dia 8 de maio, que “estreia” a Meia Maratona das Cantarinhas. Contudo, a história desta competição já é antiga, dado que são 22 primaveras de atletismo, celebradas amanhã, sempre ao mais alto nível na cidade Capital de Distrito. Mas à cronologia, já lá iremos.
Importa, agora, destacar os 1426 inscritos. A 22 de abril, numa primeira oportunidade de entrevistar o mentor da competição e presidente do Ginásio Clube de Bragança (GCB), contabilizavam-se cerca de 600 participantes. No entanto e com as inscrições a terminarem a 2 de maio, a esperança maior era de que se atingissem, pelo menos, as 800 pessoas, sendo que, na altura, Carlos Fernandes confessou à Kapital do NordestE que o “objetivo seriam mesmo os mil inscritos”. Ou seja, no espaço de, apenas, dez dias, os 600 passaram a quase 1500, um número que veio, assim, superar as melhores expectativas.
Além da estreia da distância de 21 quilómetros, a Meia Maratona das Cantarinhas de Bragança procura desafiar atletas, profissionais e amadores, nas categorias/distâncias de 5 e 10 quilómetros, para além de incluir caminhada e corridas para os jovens de todos os escalões de formação com inscrição gratuita. A partida acontecerá a partir das 9h30 na Praça do Município, nas imediações da Câmara Municipal de Bragança, onde se cruzará, também, a linha da meta.
O facto da competição ter lugar na cidade, dará aos atletas a oportunidade de contemplarem alguns dos mais emblemáticos pontos turísticos da cidade, combinando a componente promocional com a desportiva. Também os diferentes percursos citadinos foram pensados e delineados para que o público, espalhado um pouco por toda a cidade, possa assistir, “da primeira fila”, a um espetáculo digno de se ver com alguns dos maiores nomes do atletismo regional e nacional.
Surgida no nascimento de um novo milénio, a Milha das Cantarinhas conquista o título de Meia Maratona 22 anos após a sua estreia na cidade Capital de Distrito
Com um valor global de dez mil euros, os prémios monetários na Meia Maratona das Cantarinhas serão repartidos entre prémios coletivos, individuais e suas diversas categorias.
Resultado de um crescimento evidente e de uma consolidação ansiada, nem os dois anos de pandemia abalaram as fundações do atletismo brigantino, nem tão pouco diminuíram as expectativas daquela que é considerada por muitos como a maior prova de atletismo do Nordeste Transmontano.
"O ano de 2000 viu nascer em Bragança a primeira prova de uma “saga” memorável e repleta de êxitos que se mantém até hoje”, começa por afirmar Carlos Fernandes, para quem a Milha das Cantarinhas “foi a iniciadora de um percurso que trouxe até Bragança muitos dos melhores atletas nacionais e, inclusive, alguns estrangeiros”.
De acordo com o presidente do GCB, entidade responsável pela organização do evento, a Milha “foi crescendo e a vontade das pessoas participarem e correrem mais de 1600 metros levou-nos a passar para a Corrida das Cantarinhas com 10 quilómetros de extensão e após quatro edições concluiu-se que estava na hora de dar o passo para a 1ª Meia Maratona organizada (e corrida) em Bragança e assim surgiu a 1ª Meia Maratona das Cantarinhas”. Apesar da progressão natural para a “distância da Prova Rainha", Carlos Fernandes sublinha que os mais jovens “nunca foram esquecidos, nem os que querem correr distâncias menores, nem os que, apenas, querem caminhar”, convidando todos a participar nesta “festa” que será, certamente, a 1ª Meia Maratona das Cantarinhas.
De Milha a Corrida a Meia Maratona das Cantarinhas
Num flashback , o mais sucinto possível e numa tentativa de recordar o passado, a primeira Milha das Cantarinhas surge no nascimento de um novo milénio, também a 8 de maio. Depois da 16ª edição da Milha em 2015, o Ginásio Clube de Bragança decide, no ano seguinte, em 2016, dar continuidade à prova, mas com o nome de “Corrida das Cantarinhas”. Foram quatro anos de “corridas”, até 2019, sendo que, nos dois anos seguintes, a pandemia paralisou o mundo e o desporto não foi exceção. Apesar do interregno forçado, a Covid-19 não conseguiu apagar a vontade de correr. Essa, para além de se manter, foi crescendo e, na ótica dos atletas, só ficou mais forte. Tanta vontade culminará, amanhã, com uma explosão de garra que se fará sentir, certamente, na partida, no trilhar da estrada, até ao momento de chegada.
"Esta prova de atletismo evoluiu imenso e realizar a meia maratona é um enorme desafio", testemunhou o autarca brigantino, durante a apresentação oficial do evento que contou com as presenças do atleta paraolímpico Eduardo Bacalhau e do guineense Braima Dabó que, em 2019, recebeu o prémio ‘Fair Play’ pelo seu desempenho no Campeonato Mundial de Atletismo do Qatar.
Nas palavras de Hernâni Dias, este é “um evento muito importante que sensibiliza a comunidade para a prática desportiva, para além de toda a vertente de inclusão que a própria modalidade permite".
De referir, ainda, que sendo a Meia Maratona das Cantarinhas organizada pelo Ginásio Clube de Bragança, é o município o promotor do evento desportivo, no âmbito do Orçamento Participativo Urbano Geral 2020 que, devido à pandemia, apenas reuniu as condições sanitárias necessárias à sua realização no coorente ano.
Com diferentes distâncias pensadas para todas as idades, 1ª Meia Maratona das Cantarinhas traz a Bragança uma prova de atletismo ao mais alto nível
