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PSD de Macedo de Cavaleiros pede à câmara que reverta fecho do infantário de Podence

A concelhia do PSD de Macedo de Cavaleiros pediu à câmara municipal que reverta a decisão de encerrar o infantário de Podence e que reconheça que “foi um erro”.

Numa posição pública, divulgada nas redes sociais, a concelhia social-democrata manifesta “completo desacordo” com a decisão de encerrar o jardim de infância onde estão inscritas 12 crianças, que passarão a frequentar o polo I, na sede deste concelho do distrito de Bragança.

O PSD, que é oposição no município liderado pelo PS, considera que fechar o infantário de Podence “em nada contribui para o bem-estar das crianças”, apontando que vai obrigar a maiores deslocações, com viagens mais longas para crianças com idades entre os três e seis anos.

O jardim de infância de Podence funciona como polo de um conjunto alargado de 16 aldeias, da zona norte do concelho, com um circuito de transporte escolar a iniciar-se na aldeia de Ferreira às 07:50, passando por Murçós, Espadanedo, Valongo, Edroso, chegando a Podence por volta das 08:30”, descreve.

Apenas uma das crianças que frequenta o infantário é da aldeia de Podence, enquanto as restantes são transportadas diariamente de outras aldeias.

Os sociais-democratas argumentam que “sendo esta circunstância já bastante penosa para crianças de tão tenra idade, acrescentar ao percurso passagens em Santa Combinha, Gradíssimo, Nogueirinha até chegar a Macedo de Cavaleiros, por volta das 08:50, em nada contribui para o bem-estar dessas crianças”.

Melhor que ninguém, os pais das crianças sabem o que é melhor para os seus filhos e contestam vivamente a decisão do município, que não teve o bom senso de os ouvir e fazê-los sentir parte integrante desta tomada de decisão”, sustenta.

Para o PSD, os argumentos da “segurança da criança” e do “seu superior interesse” usados para legitimar o encerramento da escola, não passam de falácias, uma vez que "escondem a verdadeira intenção de transformar este espaço escolar numa oficina de artes”.

O partido salienta ainda que “o facto de o executivo municipal ter criado casas de banho públicas dentro do recinto escolar é que veio, de facto, criar possíveis questões de segurança, uma vez que pode permitir o acesso a pessoas estranhas”.

Sendo do nosso conhecimento que uma família da aldeia de Podence cederia gratuitamente um espaço adequado para a referida oficina de artes, por um período de vinte anos sem qualquer encargo para o município, não se compreende a decisão tomada por este executivo”, acrescenta.

O PSD concluiu que “esta decisão, vem criar cada vez mais dificuldades a quem mora nas aldeias do interior e, consequentemente, abre um precedente para o futuro encerramento de outros jardins de infância existentes, como Vale da Porca, Chacim ou Morais, conduzindo cada vez mais ao abandono das aldeias”.

O encerramento do infantário motivou uma manifestação de pais e habitantes, na terça-feira, em frente à antiga escola primária da aldeia dos Caretos, os mascarados que protagonizam o Entrudo Chocalheiro Património da Humanidade.

Os tradicionais mascarados atraem milhares de turistas à aldeia, assim como têm levado o nome da terra a várias partes do mundo e os habitantes locais argumentam que não há Caretos sem “facanitos”, o nome dado às crianças que se mascaram no tradicional Carnaval.

Contestam também o argumento do município de que o movimento de turistas põe em causa a segurança das crianças no infantário que fica em frente à Casa do Careto.

A Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros alega que o encerramento visa “proteger o superior interesse das crianças em nome da proteção e segurança, bem como da criação de melhores condições de socialização”.

O município justifica a não comunicação aos pais por lhe ter sido comunicada “apenas a 05 de maio” a decisão final da DGESTE (Direção-geral dos Estabelecimentos Escolas), depois de o fecho do infantário ter sido aprovado por unanimidade no Conselho Municipal de Educação, em março.

Alega ainda que “o encerramento decorre do reordenamento e reajustamento da rede escolar da educação pré-escolar e das escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico promovido pela DGESTE”.

Em declarações à Lusa, na segunda-feira, a vereadora da Educação, Sónia Salomé, disse ainda que, apesar de estarem 12 crianças inscritas no infantário de Podence, “estão a frequentar pouquíssimas”.

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