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Bragança acolherá 1o Encontro Ibérico LGBT+ em setembro de 2020

Depois do sucesso da iniciativa levada a cabo em 2018, em que uma multidão desfilou nas principais artérias da Capital de Distrito, naquela que foi na 1ª Marcha LGBTIQ+ realizada no Nordeste Transmontano, S. Pedro não ajudou e, este ano, o evento ficou muito aquém das expetativas. E, pese embora, a chuva tenha transformado a marcha numa pequena concentração, serviu esta para anunciar o 1º Encontro Ibérico LGBT+ na Capital Nordestina e talvez no país, em setembro de 2020.

Numa clara atitude intervencionista, mas sempre pacífica, o Movimento LGBTIQ de Bragança, sigla que representa a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Intersexuais e Queers, defende a igualdade de direitos e a liberdade individual, procura promover a diversidade e o respeito entre todos os seres humanos, apesar da orientação sexual ou identidade de género de cada um.

Marcada para as 15 horas de sábado, em frente à Escola Superior da Educação do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a verdade é que a chuva desmoralizou muitos dos potenciais participantes e os poucos, cerca de uma dezena e meia, começaram a chegar a conta gotas já passava das 15h30. Apesar do reduzido número de ativistas que acreditam na “luta” pela promoção e defesa dos direitos e da igualdade da comunidade LGBTIQ, a premissa que levou à criação deste Movimento continua tão inabalável como no primeiro momento.

A Kapital do NordestE (KNE) esteve à conversa com uma das principais responsáveis pela organização deste evento que se mostrou, de certa forma, dececionada pela chuva ter impedido a concretização da ideia inicial da marcha. “O S. Pedro hoje não esteve do nosso lado, mas o mais importante é marcarmos presença, nem que seja um dia por ano, para as pessoas saberem que estamos cá e que não morremos do ano passado para este ano”, responde aquela que se define como “só mais um membro do Movimento LGBT + de Bragança”. Mas, de acordo com Sara Canteiro, não foi só a chuva a afugentar os apoiantes da “causa”. “Quer queiramos quer não, a maior parte do Movimento é composto por pessoas que estudam no IPB, o que acaba por ser um ciclo, estudantes que vão e vêm, o ano passado também tínhamos muitas pessoas de mobilidade, que integravam o Movimento”, justifica a jovem estudante, assumindo que a alteração da data para setembro era um risco assumido desde o início, até porque, em 2018, a 1ª Marcha teve lugar em maio. Também a vinda de dezenas de estudantes das escolas secundárias de Vila Real acabaria por não se concretizar por causa da intempérie, argumenta a porta-voz do Movimento.

Sandro Monteiro aponta outra razão para o aparente insucesso da Marcha. “O tempo não ajudou é certo, mas, na minha opinião, não foi feita a divulgação necessária. Por exemplo, no ano passado, via cartazes e flyers por todo o lado e, este ano, houve um pequeno erro nessa parte e isso não aconteceu”, desvenda o estudante do último ano de Educação Social, para quem a realização deste tipo de eventos continua a desempenhar um papel fundamental na mudança e evolução de mentalidades. “Bragança continua a ser uma cidade muito conservadora, muito ligada aos valores cristãos, essenciais, sem dúvida, mas o mundo evolui e estas iniciativas são importantes pois servem para fortalecer o Movimento e colocar as pessoas a falarem sobre estes temas”, expressa o jovem oriundo de Lisboa.

No entanto, apesar de todas as contrariedades, o objetivo principal, o de veicular através da Comunicação Social o 1º Encontro Ibérico LGBTIQ+, que decorrerá na Capital Nordestina em setembro de 2020, foi cumprido. “Iremos ter espaços culturais, artísticos e conversas, onde serão desconstruídas questões ligadas à comunidade LGBT+”, revela Sara Canteiro, acrescentando que será um espaço de expressão individual, no qual serão reunidos vários coletivos espanhóis e portugueses durante dois dias.

 

LGBT

 

O que significa LGBTIQ+?

A sigla é dividida em duas partes. A primeira, LGB, diz respeito à orientação sexual do indivíduo. A segunda, TIQ+, diz respeito ao género.
 

L: lésbica – é toda mulher que se identifica como mulher e têm preferências sexuais por outras mulheres.

G: gays – é todo homem que se identifica como homem e têm preferências sexuais por outros homens.

B: bissexuais – pessoas que têm preferências sexuais por dois ou mais gêneros.

T: transexuais – travestis e transsexuais; pessoas que não se identificam com os géneros impostos pela sociedade, masculino ou feminino, atribuídos na hora do nascimento e que têm como base os órgãos sexuais.

I: intersexuais – antigamente chamados de hermafroditas, são pessoas que não conseguem ser definidas de maneira distinta em masculino ou feminino.

Q: queer – pessoas que não se identificam com os padrões impostos pela sociedade e transitam entre os “géneros”, sem, necessariamente, concordarem com tais rótulos.

I: intersexuais – antigamente chamados de hermafroditas, são pessoas que não conseguem ser definidas de maneira distinta em masculino ou feminino.

+: engloba tudo o resto…

 

GALERIA FOTOGRÁFICA + REPORTAGEM (2018) EM: 

http://www.kapitaldonordeste.pt/node/683

 

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